Um fato importante é entendermos que as empresas em sua história, passam por ciclos e que cada uma se encontra em uma fase específica de um ciclo de vida, com começo, meio e fim.
Após a iniciação do negócio, as empresas que conseguem se estabelecer em seu segmento, entram em uma fase de crescimento, pois sem crescer não se estabelecerão no mercado. Essa fase não será eterna e, apesar de poder ser acelerado e parecer que o mar ficará sempre azul, existem competidores e toda uma série de dificuldades que quem trabalha na direção de empresas conhece bem.
Em seguida haverá uma fase de estabilização ou estagnação em determinado nível de receita e participação de mercado, algo natural após um período de crescimento.
É a partir deste momento, que se ações específicas de planejamento e controle forem implementadas, no caminho de profissionalizar a empresa, um novo ciclo de crescimento poderá ser iniciado. Caso contrário, é alta a possibilidade de passar a viver um período de estagnação e com chances de entrar em declínio, considerando que dificilmente estará sozinha e enfrentará a concorrência.
As empresas entram em crise com facilidade, principalmente se não conseguirem crescer. Por esse motivo é importante que sua liderança esteja atenta aos sinais no dia-a-dia.
Um dos principais sinais é a falta de liquidez, a falta de dinheiro no caixa para cumprir com suas obrigações, outro é a diminuição das vendas e consequente diminuição da receita.
Estes sinais normalmente são consequências de que algo não está bem, mas não é o principal problema, não é a causa raiz, geralmente são sintomas.
Muitos empresários imaginam que se tivessem mais recursos e mais dinheiro no caixa resolveriam tudo de ruim em sua empresa. Contudo, como mencionado, a falta de liquidez é apenas um sintoma, uma característica da crise econômica a qual ela pode ter entrado.
O fato em si é que ela não está gerando resultados e consequente gerando caixa por algum motivo ou conjunto de motivos específicos.
A falta de liquidez vem acompanhada de várias outras situações, como a redução no faturamento, a diminuição das margens, por uma ineficiência operacional momentânea ou sistêmica, por deficiências na área comercial, pelo endividamento, pelo pagamento excessivos do custo de capital, por alta de juros bancários, etc.
Estas são características de uma crise econômica, falta de resultados,que se não for tratada levará a uma crise financeira, falta de liquidez, e posteriormente a uma crise patrimonial, que seria o comprometimento dos bens da empresa.
Num estágio avançado, os ativos da empresa começam a não ser suficientes para cumprir com os passivos e o crédito da empresa no mercado começa a ficar comprometido, com linhas de crédito escassas e mais caras.
Neste cenário, o empresário muitas vezes não sabe exatamente a quem recorrer, alguns não fazem nada diferente do que costumam fazer em seu dia-a-dia na empresa, esperando que as coisas melhorem, o que na maioria dos casos não é suficiente para reverter a situação.
Alguns buscam o conselho e a ajuda de profissionais de outras áreas, como o contador da empresa ou o advogado que lhe presta serviços.
Contudo, estes são profissionais de segmentos específicos, que certamente muito competentes em suas áreas e na intenção de ajudá-lo irão dar bons conselhos, mas limitados à sua área de especialidade, que não é o da gestão de empresas.
São atitudes válidas, mas para uma situação dessas é necessário alguém com um olhar mais pragmático e cirúrgico para executar os passos corretos e recolocar a empresa novamente nos trilhos, fazer o que chamamos de Turnaround ou Reorganização do Negócio.
É necessário menos sentimento e mais racionalidade nas ações, executando cada etapa para recuperar o controle financeiro, organizar o endividamento, reverter a queda no faturamento e manter a empresa viva, respirando e funcionando e gerando caixa, para em seguida voltar a seu ritmo normal de trabalho e a viver um novo ciclo de crescimento.
É um cenário em que o tempo de ação é fundamental para o sucesso e por estar envolvido no operacional e no dia-a-dia da empresa o empresário não consegue realizá-lo sozinho.